Crianças e Inteligência Artificial: quem comanda quem?

Crianças e Inteligência Artificial: quem comanda quem?

 

Para começar a conversa, nós da Lagarta Editora temos uma convicção e defendemos esse ponto: a criança tem que estar no comando.

Num mundo em que os assistentes de voz respondem antes dos adultos, e os desenhos parecem saber o que seu filho quer ver antes mesmo dele pedir, a Inteligência Artificial já está no colo da infância.

Mas o que isso significa para quem cuida, educa e forma crianças?
Como ajudar nossos filhos e alunos a crescer com consciência, criatividade e autonomia num cenário dominado por algoritmos?

A professora Ying Xu, da Harvard Graduate School of Education, em recente entrevista ao podcast Harvard EdCast (2024), a ressalta que ainda estamos apenas começando a entender os impactos da IA sobre o modo como as crianças constroem significados. Como se expressam e se relacionam. Ela defende que esse processo exige atenção cuidadosa dos adultos e começa por fazer as perguntas certas.

Na Lagarta, temos pensado muito nisso. Não apenas porque fazemos livros para crianças — mas porque acreditamos que o futuro começa no presente, com o que lemos, com o que mostramos e, principalmente, com o que deixamos as crianças fazerem com as ferramentas que têm à mão.

 

A IA chegou e não vai embora

A UNESCO acaba de lançar dois documentos essenciais: o Marco de Competências em Inteligência Artificial para Professores e o Marco de Competências em IA para Estudantes. Em ambos, há uma ideia central que ecoa forte:
não basta proteger as crianças da tecnologia — é preciso prepará-las para dominá-la.

Esse domínio não se dá por repetição ou automatização (isso, aliás, é papel dos robôs).
Ele se dá quando crianças são incentivadas a pensar, criar, experimentar e refletirmesmo com (ou a partir de) uma ferramenta de IA.

 

Dominar a IA é mais do que saber usá-la

Se uma criança escreve uma história com a ajuda de uma IA, ou cria uma imagem a partir de um comando, ela não está “trapaceando”.
Ela está usando uma linguagem nova.
E toda linguagem como a escrita, o desenho, a música precisa de orientação, repertório e ética.

Por isso, ensinar crianças a interagir com a IA de forma crítica é uma missão de todos:
dos pais, dos educadores, dos criadores de conteúdo esim, dos livros também.

 

Mais perguntas do que respostas (como sempre na boa infância)

  • Como ensinar limites numa tecnologia sem fronteiras?

  • Como cultivar imaginação num ambiente de respostas automáticas?

  • Como transformar a curiosidade infantil em potência criadora, mesmo com tantas facilidades?

A boa notícia é: as crianças seguem maravilhosamente humanas.
E isso faz toda a diferença.

 

O papel da literatura (e da Lagarta Editora)

Livros não vão competir com a IA. Nem precisam.
Eles oferecem o que nenhuma máquina oferece: pausa, escuta, ambiguidade, silêncio, toque, aconchego, afeto até.

Na Lagarta, seguimos acreditando que formar leitores é um dos caminhos mais potentes de preparar crianças para qualquer futuro com ou sem IA.

E seguimos atentos, lendo os documentos da UNESCO, ouvindo especialistas, professores, neurocientistas e sobretudo confiando na inteligência criativa das infâncias.

 

Quer continuar essa conversa com a gente?
Conheça nossos livros e nos escreva deixando seu comentário em nosso site queremos pensar esse futuro ao seu lado.

 

Quer entender mais sobre crianças e IA? A UNESCO ajuda.

A UNESCO acaba de publicar dois documentos fundamentais para quem se preocupa com o futuro da educação e da infância em tempos de inteligência artificial. Eles são leitura essencial para pais, educadores e cuidadores atentos:

🔹 Marco de Competências em IA para Professores
Um guia completo sobre como professores podem usar a IA de forma ética, criativa e pedagógica. Organizado em 5 dimensões (como ética, mentalidade centrada no humano e uso pedagógico da IA), ele oferece caminhos práticos para formar educadores preparados para o mundo digital.

🔹 Marco de Competências em IA para Estudantes
Voltado às crianças e jovens, esse marco propõe 12 competências fundamentais para que os estudantes entendam, usem e até criem com IA com segurança, criticidade e autonomia.

Ambos os documentos estão disponíveis gratuitamente no site da UNESCO e podem ser baixados em português.

Na Lagarta, acreditamos que crianças informadas e criativas podem e devem dominar a IA, aprender e interagir de forma inteligente com domínio da linguagem, e não o contrário.
E isso começa com informação de qualidade, diálogo aberto e mediação sensível por parte dos adultos.

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