“Ler não pode rimar com sofrer nem com obrigação”, “Ler tem que ser tão bom ou melhor que o game mais cobiçado”.
Tem que ser divertido, emocionante, interativo, é isso o que a Lagarta Editora estimula, provoca e desafia.
E edita: Livros para Devorar!
A Lagarta compartilha e adora essa definição do filósofo alemão Walter Benjamim, logo abaixo. O texto dialoga também com o conceito de “brincar”, fazer o novo e fazer de conta que tem tudo a ver com a ideia de Livros para Devorar que tanto defendemos: o livro e a literatura de formação como brinquedos, como “coisa- brinquedo” que as crianças gostam de absorver, tocar, sentir, imaginar, livros que dão a oportunidade de criar junto, de brincar junto. De crescer junto!
“As crianças têm especial prazer em visitar oficinas onde se trabalha visivelmente com coisas…Elas se sentem atraídas irresistivelmente pelos detritos – “pela importância dos ‘inutensílios’ como descreve bem o pedagogo italiano Nuccio Ordine “ , onde quer que eles surjam – na construção de casas, oficinas, marcenarias, na jardinagem, na confecção de roupas. Nesses detritos “restos” elas reconhecem o rosto que o mundo das coisas assume para elas e só para elas. Com esses detritos não imitam o mundo dos adultos, mas colocam os restos e resíduos em uma relação nova e original. Assim, as próprias crianças constroem seu mundo de coisas – um microcosmos no macrocosmos.”
Walter Benjamin
Vale citar o poema (trechos) do Manuel de Barros em Gramática Expositiva do Chão, especialmente este:
“Matéria de Poesia”
….O homem que possui um pente e uma árvore serve para a poesia….terreno 10 x 20, sujo de mato, detritos semoventes, latas servem para a poesia…um chevrolé gosmento, coleção de besouros abstêmios…as coisas que não levam a nada têm grande importância…
O livro “Uma pedagogia poética para crianças” de Severino Antonio e Katia Tavares, traz também essa nossa visão de mostrar o lado “lúdico do aprendizado”, o “livro objeto brinquedo.”
Veja o trecho a seguir do Guimarães Rosa:
“Gostava de estudar sozinho e de brincar de geografia…armar alçapões para apanhar sanhaços e depois tornar a soltá-los. Prender formiguinhas em ilhas, que eram pedras postas num tanque raso, e unidas por pausinhos, pontes para formiguinhas passar. Aproveitar um fiozinho d’água, que vinha do posto das lavadeiras e mudar-lhe duas vezes por dia o curso fazendo-o de São Francisco ou Danúbio…”
Fontes:
Gramática Expositiva do Chão
Autor: Manuell de Barros
Editora: Civilização Brasileira
Uma Pedagogia Poética para as Crianças
Autores: Severino Antônio e Katia Tavares
Editora: Adonis